Consumo de alimentos orgânicos e não orgânicos
Você sabe por que alimentos orgânicos são melhores? E a melhor maneira de consumir produtos não orgânicos? A nutri Giovana Baldissera escreveu um post super completo, contando tudo isso e muito mais: Primeiramente, alimentos orgânicos são livres de agrotóxicos, pesticidas e substâncias químicas,
Você sabe por que alimentos orgânicos são melhores? E a melhor maneira de consumir produtos não orgânicos?
A nutri Giovana Baldissera escreveu um post super completo, contando tudo isso e muito mais:
Primeiramente, alimentos orgânicos são livres de agrotóxicos, pesticidas e substâncias químicas, os quais são utilizados visando manter o alimento resistente às pragas. Logo, tais substâncias impedem a sobrevivência de qualquer organismo, mas as plantas geneticamente modificadas resistem a esses venenos – e aí começa o questionamento sobre colocarmos esse tipo de veneno para dentro do nosso organismo.
Via de regra, a recomendação é priorizar alimentos orgânicos quando esses são consumidos da mesma forma na qual vêm à natureza, ou seja, alimentos que não possuem casca, ou que possuem casca fina ou, ainda, alimentos dos quais não retiramos a casca (folhas em geral, batata doce, cenoura, tomate, pimentões, soja, milho, morangos, berries, ameixas, pêssegos, maçãs, uvas etc.). Alimentos com casca grossa (laranja, melancia, melão, banana etc.) estão mais protegidos e, por isso, contêm, em seu interior (parte comestível), menor teor desses venenos.
Outro fator a ser levado em consideração é o teor de gordura dos alimentos, uma vez que essas toxinas são solúveis em gordura, sendo essa última algo que podemos chamar de uma “reserva/estoque/esponja” de venenos (o mesmo acontece nas células de gordura do nosso corpo). Logo, alimentos naturalmente ricos em gordura como abacate/avocado, coco, nuts, azeitonas também devem ser priorizados na versão orgânica. O mesmo vale para alimentos ricos em vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K – ovos, abóbora, manga, mamão, cenoura, couve manteiga, espinafre).
Vale lembrar que mesmo os alimentos pobres em gordura e/ou com casca grossa que não são orgânicos CONTÊM AGROTÓXICOS, muitas vezes em quantidade superior à permitida pela legislação, pois a aplicações dos venenos pode ocorrer desde o início da germinação e está presente também no solo na qual essa planta está. Por falar nisso, o cultivo orgânico é MUITO menos agressivo à natureza; a agricultura orgânica, ao eliminar o uso de fertilizantes e pesticidas, apresenta, entre diversas outras vantagens, a menor degradação do solo e dos rios.
Dentre as finalidades dos Sistemas Orgânicos de Produção, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela legislação brasileira, destacam-se:
- a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes que possam ser evitados em função da não utilização de práticas e insumos que possam pôr em risco o meio ambiente e a saúde do produtor, do trabalhador ou do consumidor;
- a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados onde estejam inseridos os sistemas de produção, com especial atenção às espécies ameaçadas de extinção;
- a adoção de práticas nas unidades de produção que contemplem o uso saudável do solo, da água e do ar, de forma a reduzir ao mínimo todas as formas de contaminação e desperdícios desses elementos;
- a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo possível o emprego de recursos naturais não renováveis;
- a utilização de práticas de manejo produtivo que preservem as condições de bem-estar dos animais.
Diferente do que parece ser, consumir alimentos orgânicos não é algo caro. Para isso, precisamos buscar alimentos da safra de produtores locais. Quando compramos orgânicos no supermercado, o alimento passou por diversos intermediadores, o que o encarece.
Além disso, consumir alimentos da safra significa gastar menos e significa comer o que a natureza produz dentro da época em que precisamos exatamente daqueles nutrientes!
Em razão disso, os alimentos orgânicos podem apresentar uma concentração entre 19% a 69% superior de antioxidantes em comparação a alimentos expostos a agrotóxicos. Esse dado foi encontrado em uma pesquisa publicada em 2014, no Reino Unido, a qual confirma a expectativa de que, sem agrotóxicos, os vegetais produziriam mais antioxidantes, já que servem justamente como um mecanismo de defesa natural das plantas contra pragas e doenças.
Se ainda assim não for possível encontrar ou ter acesso aos alimentos orgânicos, é fundamental caprichar na higienização e no preparo dos alimentos não-orgânicos.
A higienização completa dos alimentos que contêm agrotóxicos não é capaz de eliminar tais venenos, mas é possível diminuir sua quantidade nos alimentos contaminados (passo a passo segundo o Professor Gabriel de Carvalho).
1º) lavar tudo o que puder ser lavado em água corrente (frutas, verduras, cereais, grãos etc.);
2º) deixar em solução salina (1 colher de sopa de sal para cada 1 litro de água) de molho por 10 minutos;
3º) escorrer e deixar em solução acética (25 ml de vinagre para cada 1 litro de água) de molho por 10 minutos;
4º) escorrer e deixar em solução alcalina (1 colher de chá de bicarbonato de sódio para cada 1 litro de água) de molho por 10 minutos;
5º) descascar tudo que NÃO for orgânico sempre que possível (batatas, tomates, maçãs, peras etc.);
6º) tratamentos térmicos também ajudam a reduzir agrotóxicos (cozinhar, ferver, refogar, vapor etc.).
Essas dicas são preciosas, mas não retiram totalmente a quantidade de agrotóxicos, apenas diminuem. É uma estratégia muito importante, mas não se compara aos alimentos orgânicos.
Lembre-se sempre: não é que é caro comer bem, comer mal é que é barato demais (pensando no bolso e a curto prazo, mas a conta vem alta lá adiante quando a saúde sofre aos poucos). Venenos, toxinas, tóxicos, agrotóxicos e aditivos artificiais matam qualquer tipo de vida no alimento ou no produto alimentício (o que promove uma produção em larga escala e “barateia” o produto), então não vamos colocar o veneno que mata tudo pra dentro do corpo, certo?!
Não é à toa a alarmante e crescente estatística de casos de câncer, disfunções intestinais, hepáticas, renais, hormonais e imunes. Não é à toa a insistência em preservarmos nossa saúde de forma preventiva, equilibrada e saudável na maior parte do tempo. Sejam críticos, questionem, pensem, estudem, perguntem. Logo: sempre priorize alimentos orgânicos; a saúde do seu corpo e do nosso planeta agradecem! A gente vive pela boca!
*texto escrito pela nutricionista Giovana Baldissera