Estresse e estilo de vida
Alguma vez você já sentiu como se estivesse prestes a ter um colapso? Já se sentiu sobrecarregado, esgotado e sem energia? As estatísticas têm mostrado que 52,28% da população tem ou já teve essa sensação
Alguma vez você já sentiu como se estivesse prestes a ter um colapso? Já se sentiu sobrecarregado, esgotado e sem energia? As estatísticas têm mostrado que 52,28% da população tem ou já teve essa sensação pelo menos uma vez ao longo de sua vida. Trata-se de estresse, uma resposta a uma situação vista como ameaçadora. Pode ser uma experiência rápida ou persistir ao longo do tempo. A psicóloga Greice Amalcaburio fala sobre o assunto no texto que escreveu para o site.
As fontes de estresse variam de pessoa para pessoa, mas costumam estar relacionadas a mudanças importantes da vida, como por exemplo, mudar de emprego, ter filho ou perder um ente querido. Podem também estar relacionadas a problemas cotidianos, as pequenas incomodações do dia a dia, como perder o ônibus, discutir com alguém ou morar com uma pessoa difícil. O estresse pode também ser causado por fatores ambientais, como por exemplo, pegar ônibus lotado diariamente, estar exposto a barulho extremo, poluição ou desastres naturais. Pode estar relacionado ao trabalho, por sobrecarga de atividades, mas também pode estar associado a fatores socioculturais, como escassez de recursos financeiros, dificuldade de se adaptar a uma nova cultura ou preconceito em função de gênero.
Além disso, o estilo de vida que levamos, a necessidade que criamos de fazer mil coisas ao mesmo tempo, as cobranças de nós mesmos e de terceiros, assim como o ritmo frenético a que nos expomos diariamente, no trânsito, nas redes sociais e nos afazeres são estímulos que favorecem o aparecimento do estresse. O que fazer em meio a esse caos? A resposta parece simples, mas colocar isso em prática requer uma mudança no estilo de vida. A seguir serão apresentadas quatro atitudes que podem ser tomadas frente a uma crise de estresse:
Relaxamento: quando estamos tensos precisamos de alguns momentos de descanso, a fim de nos recuperarmos do estresse do dia. Este relaxamento pode ser em forma de mindfulness, exercícios de respiração, yoga, meditação, relaxamento muscular ou até mesmo realizar uma leitura ou ouvir uma música mais tranquila. O relaxamento ajuda a eliminar o excesso de adrenalina produzida e restabelece o equilíbrio.
Exercício físico: quando nos exercitamos por pelo menos 30 minutos, nosso corpo produz uma substância chamada beta endorfina que gera uma sensação de tranquilidade e de bem estar. O exercício físico seja ele ginástica, pular corda, caminhar, dançar, nos ajuda a atingir uma sensação de bem estar e calma.
Alimentação: a literatura científica tem demonstrado que alguns alimentos podem auxiliar na melhora do humor. Isso porque eles estimulam a produção e liberação de neurotransmissores, substâncias responsáveis pelo prazer e bem estar. É importante incluir alimentos ricos em triptofano, como banana, ovos, amêndoas, grão de bico e cacau. O magnésio, presente na linhaça, gergelim e castanha, ajuda a relaxar os músculos e os nervos Além disso, ingerir verduras e legumes verde-escuros, como brócolis, chicória, acelga, alface e outras verduras ricas em vitaminas do complexo B. Ainda, é interessante caprichar no consumo de vitamina C, presente nas frutas cítricas. Em caso de insônia a sugestão é ingerir um chá calmante antes de dormir, como camomila, cidreira, melissa ou maracujá.
Terapia cognitivo-comportamental: grande parte do estresse vivenciado pelo ser humano é fruto do seu modo de pensar, interpretar e se comportar no mundo ao seu redor. Portanto, é fundamental a modificação de fatores internos, ou seja, dos pensamentos e sentimentos que contribuem para a manutenção do estresse. Medidas para mudar nossos pensamentos estressantes podem favorecer a superação do estresse, uma vez que muitas vezes não é exatamente o que está acontecendo que nos deixa estressados, mas sim a maneira como enxergamos e lidamos com a situação.
Vale lembrar que o estresse nem sempre deve ser visto como algo negativo, às vezes ele pode ser benéfico, porque ele pode nos motivar para uma mudança e estimular o crescimento pessoal. Porém, se não for apenas uma fase de adaptação, é válido procurar ajuda profissional!
Texto escrito pela psicóloga Greice Amalcaburio.