Você sabe o que é microplástico? É importante saber, ainda mais que é possível que já esteja até no seu sangue. Vamos por partes:

O que é microplástico?

Microplásticos são pedaços de plástico muito pequenos, de diâmetro não superior a 5mm. Eles foram identificados pela primeira vez na década de 1970, e desde lá trazem preocupações para a comunidade científica em razão da poluição dos ambientes aquáticos, terrestres e até mesmo do ar que respiramos.

Em virtude do tamanho destes plásticos, são facilmente ingeridos pela fauna aquática, seja em água doce ou salgada. Dentro dos animais, estas substâncias causam efeitos tóxicos. Mas o problema não para por aí: todo o ecossistema está ameaçado pela presença destas partículas.

Onde podem ser encontrados microplásticos?

Podem ser produzidos assim ou decompostos. São produzidos e utilizados em produtos cosméticos como cremes esfoliantes, sabonetes corporais, perfumes, desodorantes, pastas de dente e em glitter – tá vendo o impacto do glitter no Carnaval? Não é mimimi!

Além disso, estas substâncias já foram encontradas no ar, na água, nos peixes e até mesmo no mel. Ou seja, está em tudo que consumimos!

E já tem microplástico no sangue humano?

Pela primeira vez, foi detectada a presença de microplásticos no sangue humano, de acordo com pesquisa de 2022. E não é pouca coisa não, hein? Das amostras analisadas, 80% continham microplástico, ou seja, 8 a cada 10 pessoas carregavam microplástico em seus organismos.

Desses, metade continha plástico PET (comumente utilizado em garrafas de bebidas industrializadas), um terço continha poliestireno (usado para embalar produtos como alimentos) e um quarto continha polietileno (utilizado para produzir sacolas plásticas). 

Qual o risco para o corpo humano?

Apesar de ser a primeira vez que é detectado no sangue humano, o microplástico já havia sido detectado em fezes humanas. Um dado interessante – e preocupante – é que foram encontrados maiores percentuais em crianças e bebês. O estudo aponta que os bebês ingerem muito plástico por meio das mamadeiras.

Ainda não se sabe exatamente os males que podem causar no corpo humano, mas já foi descoberta a possibilidade de estes materiais se prenderem às membranas externas dos glóbulos vermelhos, limitando a capacidade de transporte de oxigênio.

Da mesma forma, as partículas já foram encontradas na placenta humana; em ratas grávidas de laboratório, estes plásticos passam rapidamente da placenta para os corações e demais órgãos dos fetos.

Como podemos reduzir?

Este estudo, ainda que pioneiro, revela o grande perigo que estamos enfrentando, ainda mais que a produção de plástico tende a dobrar até 2025 em relação a 2020. Isso equivale a mais de 600 milhões de toneladas de plástico produzidas anualmente.

O primeiro passo você já tomou: conhecer o problema. Agora, busque reduzir o consumo de produtos que evidentemente possuem microplástico. Ademais, o descarte correto de todos os plásticos é essencial, uma vez que o microplástico também é produzido por meio da decomposição deste tipo de material.

Transformar o ecossistema é uma tarefa de todos. Vamos juntos nessa?

O @sow.gn é uma curadoria da Mari Weckerle, a @gurianatureba.

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