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Estado civil: divorciada

Sim, eu tenho 32 anos e já fui casada. Meu atual estado civil é o tão temido - e que sempre causa surpresa e risos em quem escuta pela primeira vez: "divorciada". Me peguei pensando nisso.


Sim, eu tenho 32 anos e já fui casada. Meu atual estado civil é o tão temido – e que sempre causa surpresa e risos em quem escuta pela primeira vez: “divorciada”.


Me peguei pensando nisso. Na verdade me peguei lamentando esse nome. Pensei comigo “por que não posso usar ‘solteira’ de novo?”.


Pode parecer bobo, mas já correu até projeto de lei pra que pessoas divorciadas possam voltar a ser solteiras. É sério. De acordo com o autor da proposta “infelizmente, o insucesso no matrimônio ainda é motivo de estigmatização para muitos, como se o fim de uma relação que se imaginava duradoura pudesse indicar algum defeito na personalidade dos envolvidos”. Fiquei um bom tempo refletindo sobre essa frase e por um momento me identifiquei.


Mas daí comecei a pensar sob uma outra ótica muito mais óbvia: pra se divorciar, é necessário casar. E hoje vejo com muito mais clareza que essa experiência só agregou coisas boas na minha vida. O casamento me fez aprender muitas coisas e eu deveria me sentir sortuda de ter vivido algo tão bacana. Não estou falando que casamento é sinônimo de felicidade. Ninguém precisa passar por isso pra ser feliz. Mas me trouxe muito aprendizado e coisas coisas. Por isso fiquei pensando no outro lado também. Nas pessoas que tiveram relações ruins ou abusivas e conseguiram sair delas. Livramento!


Divórcio não deveria ser visto com tanto estigma.


Arethuza Figueiredo Henrique Silva de Aguiar. Foi a primeira mulher a se divorciar legalmente no Brasil, em 1977, e disse: “Eu sempre acreditei e acredito no amor. Se eu não estava feliz, como outros milhares pelo país afora, nada mais digno e certo que saíssem de um casamento fracassado”. E é isso. Independente do motivo, independente de como era a relação.


Relações acabam e nem por isso devemos achar que não deu certo. Deu certo pelo tempo que durou. A pior coisa é ficar preso em um relacionamento acabado, preocupados com a opinião alheia. Fazer isso nada mais é do que deixar de ser plenamente feliz. Divórcio é recomeço. Vamos mudar o “felizes para sempre” por “que seja eterno enquanto fizer sentido”?

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