Rótulos de produtos de beleza são, no mínimo, complicados de ler. Aquele monte de palavras para compostos químicos pode dar uma preguiça de ir atrás do que elas significam, mas é de extrema importância sabermos o que aplicamos na nossa pele. Verificar os rótulos é tão essencial quanto checar a tabela nutricional de um alimento, tanto é que existe um movimento no mundo da beleza para incentivar essa atitude, a chamada Clean Beauty, ou “beleza limpa”.

Essa tendência tem feito com que a indústria da beleza em países referência, como o Japão e os Estados Unidos, repensem suas fórmulas, visando componentes mais naturais, orgânicos, veganos e cruelty free, menos danosos à nossa saúde, e rótulos mais transparentes.

Além de não incluírem ingredientes tóxicos em suas formulações, empresas responsáveis não “disfarçam” componentes nos seus rótulos com termos genéricos como “fragância”.

Essa tendência no mundo da beleza se deve, principalmente, a uma maior conscientização feita por dermatologistas e profissionais farmacêuticos.

Porém, esse movimento pela conscientização não é novidade, há anos já se ouve falar sobre os perigos dos parabenos, óleos minerais e outros componentes sintéticos potencialmente alergênicos.

Para ser considerado “limpo” um produto não deve ter ativos que possam prejudicar a saúde da pele, causando irritação cutânea, e do organismo como um todo, causando alterações hormonais e até câncer.

O dermocosmético limpo não deve possuir na sua fórmula parabenos, ftalatos, sulfatos e fragrâncias sintéticas.

Além disso, essa tendência rejeita a famosa propaganda enganosa, valorizando produtos que são transparentes nos seus rótulos, isso tudo para que um tratamento não tenha efeitos colaterais indesejados.

O importante é que o consumidor saiba exatamente o que está levando para casa e que ele não tenha surpresas desagradáveis, a curto e longo prazo, ao usar os produtos.

De acordo com a Global New Products Database da Mintel, 23% dos produtos de beleza lançados na Coréia do Sul (expoente no mundo dos dermocosméticos) entre janeiro e outubro de 2017 foram feitos especificamente para peles sensíveis, sem ingredientes tóxicos, em comparação com 11% em 2014.

As pesquisas sobre esse tipo de produto registraram um aumento em 71% desde o ano passado, segundo a plataforma de e-commerce do Reino Unido Look Fantastic.

As pesquisas no Google por produtos para peles sensíveis mais do que dobraram nos últimos 5 anos em todo o mundo e o Brasil não fica para trás, com um aumento significativo em pesquisas desse tipo.

Segundo a agência NPD Group, 50% das mulheres buscam informações na internet sobre a formulação de produtos antes de comprá-los. Se você ainda não faz isso, eu sugiro que você se junte a elas.

Mas você deve estar se perguntando, o que eu procuro ao checar os rótulos dos produtos de beleza?

Primeiramente, é essencial consultar um dermatologista para que ele lhe indique os melhores dermocosméticos para o seu tipo de pele.

Porém, já saiba que devemos evitar parabenos, ftalatos, sulfatos e fragrâncias sintéticas.

Outros componentes como “petrolatum”, “paraffinum liquidum”, “mineral oil” significam que o produto tem derivados de petróleo. 

Verifique também a presença de “sodium laureth sulfate” ou “sodium lauryl sulfate”.

Conservantes como “methylisothiazolinone”, “quaternium–15” ou “imidazolidinyl urea” devem ser evitados.

Todos esses ingredientes podem causar ressecamento, irritação e alergia na pele e problemas hormonais, alterações no ciclo menstrual e até tumores cancerígenos.

Por isso, guarde todos esses palavrões na memória e não esqueça de sempre consultar um dermatologista e checar os rótulos.

O @sow.gn é uma curadoria da Mari Weckerle, a @gurianatureba.

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