Você sabia que a primeira revista a falar em celulite como um “problema” foi a Vogue? Mas para te explicar melhor, é preciso voltar um pouco no tempo e contextualizar a primeira vez que essa palavra foi utilizada.

Até o século XIX nunca se ouviu falar em celulite. Ela era até mesmo retratada e destacada em quadros de grandes artistas como uma beleza feminina. Foi em 1873 que dois médicos intitularam a palavra celulite nos dicionários. Mas a definição original da palavra se referia a infecção pélvica. 

Alguns anos mais tarde, quando Paris se consolidava como a capital da beleza no mundo, instituições de beleza pagavam médicos e químicos para criar formas de alterar a imagem estética da mulher. Foi nesse período que um doutor chamado Debec publicou um artigo na revista Votre Beauté onde escreveu que celulite tratava-se de “carne degenerada, uma mistura de água e outras substâncias mais similares à urina, do que ao sangue e à própria água”. Segundo ele, esse era um problema exclusivamente feminino. 

A notícia se espalhou principalmente por Paris, até chegar aos Estados Unidos, onde o termo se popularizou mundialmente. Em 15 de abril de 1968 a edição norte-americana da revista Vogue lançou sua edição com a manchete: “Celulite: a nova palavra para denominar a gordura que não conseguiste perder”. O texto apresentou uma jovem que foi diagnosticada com a “doença” celulite, mas foi capaz de se livrar dela por meio de exercícios e dietas.

Tudo isso levou a uma tendência de empresas lucrarem com procedimentos e promessas de cura para esta doença. Podemos ver até hoje marcas e influenciadoras que insistem em promover produtos, dietas e tratamentos que não servem para nada. De acordo com dados da IMS Health Pharmatrend, entre março de 2014 e fevereiro de 2015, foram vendidas mais de 900 mil embalagens de creme anti-celulite na França. 

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O @sow.gn é uma curadoria da Mari Weckerle, a @gurianatureba.
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